JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA

 JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDADA E SILVA

José Bonifácio, nasceu em Santos no dia 13/06/1763 e faleceu em Niterói em 06/04/1838 com 75 anos incompletos. Foi um estadista, naturalista e poeta brasileiro. Foi conhecido como o Patriarca da Independência pelo seu papel decisivo na Independência do Brasil. Foi um naturalista notadamente no campo da mineralogia.

Foi filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada de uma família abastada e aristocrática, que casou com a prima Maria Bárbara a Silva e tiveram dez filhos, sendo 4 mulheres e 6 homens. Seu pai foi seu primeiro mestre. Mudou para São Paulo aos catorze anos porque em Santos só tinha o ensino primário. Em São Paulo frequentou aulas de gramática, retórica e filosofia, nos cursos abertos por Dom Frei Manuel da Ressureição, dono, também, de boa biblioteca. Era um curso preparatório para ingresso na Universidade de Coimbra, para onde iam os brasileiros com recursos. Em 1783 partiu do Rio de Janeiro para Portugal, matriculando-se em outubro na Universidade de Coimbra onde estudou matemática e filosofia natural. Além desse curso, leu muito e se tornou poeta. Seus versos apelavam para as promessas de independência recém proclamada dos Estados Unidos. Ainda como estudante, cuidou de duas questões: a civilização dos índios, a abolição do tráfico negreiros e a escravidão dos negros.

José Bonifácio casou em Lisboa em 31/01/1790 com a irlandesa, Narcisa Emília O’Leary com quem teve duas filhas. Sua esposa era uma senhora de maior amabilidade e gentileza que admirava o valor e o talento do marido.

Suas filhas casaram:

- Carlota Emília com Alexandre Antônio Vandelli, auxiliar do sogro desde 1813 na Intendência – Geral das Minas e Metais e na Academia das Ciências.

- Gabriela Frederico Ribeiro de Andrada casou em 15/11/1820, em Santos, com o tio Martins Francisco Ribeiro de Andrada.

Voltando ao Brasil trouxe uma filha bastarda Narcisa Cândida, assim batizada em homenagem à esposa.

A sua carreira foi muito variada. Cedo demonstrou vocação para as pesquisas científicas. José Bonifácio concluiu, em 16/06/1787, seu curso de Filosofia Natural, e em 05/07/1788 de Leis. Recebeu muito apoio dos portugueses, ao ponto de em 1780, fundou a Academia de Ciências de Lisboa. Em 08/07/1787, perante o Desembargo do Paço fez a leitura que o habilitou a exercer os lugares da magistratura. Sua primeira memória apresentada à Academia foi “Memória sobre a Pesca das Baleias e Extração de seu Azeite”.

Em 1790, à custa do Real Erário, fez a primeira excursão científica pela Europa para conhecer os mais perfeitos de mineralogia, da filosofia e história natural. Cursou de setembro de 1790 a janeiro de 1791 os estudos de química e mineralogia na Escola Real de Minas. Foi eleito sócio correspondente da Sociedade Filomática de Paris e membro da Sociedade de História Natural, para a qual escreveu uma memória sobre diamantes no Brasil.

Percorreu várias minas da Europa e falava como mestre. Passou a estudar fósseis e pesquisar as jazidas na Suécia e Noruega. Viajou por dez anos pela Europa e aos 37 anos era um cientista conhecido e consagrado. Regressou a Portugal em 1800 depois de visitar vários países da Europa.

Foi professor da Universidade de Coimbra.

Retornou ao Brasil em 1819.

Foi político e ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a junho de 1823. Desde o início, colocou em apoio a regência de D. Pedro de Alcântara e teve papel importante na Independência do Brasil. Proclamado a Independência, comandou uma política centralizadora e organizou a ação militar contra os focos de resistência à ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal.  

José Bonifácio durante os debates da Assembleia Constituinte, rompeu com os irmãos Martins Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva (irmãos formados em Coimbra – Portugal) e com o já Imperador D. Pedro I. Como consequência, em 16/07/1823, o Imperador o demitiu do posto de 1º Ministro e José Bonifácio passou à oposição. Após a dissolução da Assembleia Constituinte, em 11/11/1823, José Bonifácio foi banido e exilou-se na França por seis anos e viveu com relativo isolamento e pobreza.

Depois na volta ao Brasil, em 1830, reconciliou com o Imperador e quando D. Pedro I foi forçado a abdicar, em 1831, assumiu a tutoria do filho. Como tutor do futuro D. Pedro II, ficou até 1833, quando foi demitido pelo governo da Regência, devido disputa de poder.

José Bonifácio foi preso e eventualmente libertado, abandonou a vida de político, em 1833, e passou o restante de seus dias em reclusão, em sua casa na ilha de Paquetá, na Baia da Guanabara. Morreu, em Niterói, aos 75 anos, em 06/04/1838. Foi embalsamado e levado três dias depois ao Rio de Janeiro e depositado na Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, onde ficou até 25/04/1838. Sua filha D. Gabriela Frederico Ribeiro de Andrada o levou para a cidade de Santos e sepultou o corpo na capela-mor da Igreja Nossa Senhora do Carmo, segundo disposição testamentária.

Atualmente os restos mortais estão ao lado dos despojos de seus ilustres irmãos Antônio Carlos, Martins Francisco e do padre Patrício Manuel (todos irmãos), num monumento, em Santos, na Praça Barão do Rio Branco 16, denominado Panteão dos Andradas, inaugurado em 07/07/1923.

José Bonifácio ao falecer deixou poucos bens, mas sua biblioteca continha mais de 6 mil volumes e muitas obras de sua autoria.

José Bonifácio, em 11/01/2018, foi declarado oficialmente Patrono da Independência 

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